Carolina Machado
07 Agosto 2017 |
DO ENSAIO EM CURADORIA |
Perante uma coleção imensa, essa totalidade inalcançável, a exposição toma a forma de ensaio. Não apenas porque se lhe nega, logo à partida, a possibilidade da dimensão universal e da abordagem totalizante. Ora, a forma enuncia, por si só, o posicionamento do coletivo no desenvolvimento do projeto curatorial. Trata-se, antes de mais, de uma declaração de ignorância: o reconhecimento do inevitável desconhecimento, a partir do qual se estabelece a real abertura de espírito. |
GLITCH |
Glitch Bitch
31 Julho 2017 |
O glitch, para além do impressionante e mirífico espetáculo de cores que proporciona, dá lugar ao pânico. O glitch é o começo de um esquecimento digital. A memória que o Homem delega à máquina para guardar esgota-se no glitch. [...] O apolíneo vira dionisíaco. O algoritmo vira dissolução, vira ruína. O glitch é o primeiro passo para uma (necessária) arqueologia digital. |
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Zé Rui Pardal Pina
31 Julho 2017 |
COLECTIVO SEM TÍTULO(S) |
O que é um trabalho de grupo, ou um coletivo? Quantos elementos pode ter para o seu funcionamento ser exemplar? O bom senso diria não mais de quatro. Cinco, exequível. Seis, talvez, mas haverá sempre um cuja tarefa será difusa, como difuso se tornará igualmente o seu desempenho. Dezasseis? Uma multidão... |
A CURADORIA E A ARTE COMO PRÁTICAS SOCIAIS: MODELOS PARA UMA EXPOSIÇÃO |
Zé Rui Pardal Pina
17 Julho 2017 |
Compreende-se, então, a curadoria enquanto prática social como a redação de um discurso que coloca em primeiro lugar o sujeito e a sua posição num momento crítico e singular, e só depois o discurso historiográfico, académico ou estético, que, por norma, está sujeito a abstrações linguísticas típicas dessas disciplinas. Não é que este último seja obliterado; é simplesmente a evidenciação da necessidade de uma inversão na ordem narrativa das coisas. |
Inês Cabral Fernandes
17 Julho 2017 |
SOBRE A PERTINÊNCIA DESTA PLATAFORMA ONLINE |
Propõe-se uma forma de comunicação complementar à exposição física, onde o acesso à produção teórica, bem como às imagens e aos vídeos, se torna livre: é uma forma de democratização do conhecimento, permitindo estender os limites de atuação da exposição aos limites da internet. [...] Interessa trabalhar o património cultural, material e imaterial, mas também a experiência humana. À curadoria na galeria, soma-se outra nesta plataforma digital. |
ENSAIOS
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Carolina Machado
17 Julho 2017 |
Em cada objeto da coleção, o murmúrio da cidade. Em cada caixa. Em cada estante. Em cada armazém. Há que perscrutar essa imensa acumulação de histórias e de estórias que fez cidade esta cidade. Há sempre algo por dizer. De facto, o objeto museológico existe sempre para e na iminência de ser redescoberto. Uma e outra vez. |